O sucesso e o fracasso não são instantâneos

Há cerca de mais ou menos 15 anos, participei de um seminário em Cuba sobre globalização. Foi
muito bom. Pessoas de vários países participaram. Até hoje, estamos discutindo o assunto. Os jornais e
revistas publicam… Esgotam o tema, mas, ainda não dá para entender.
No ano de 2008, os EUA entraram em recessão e contaminaram todo o planeta com o seu
problema; aí, fui entender um pouco o que era globalização. Mas, passaram-se cinco anos, os EUA saíram
da recessão e agora o Brasil está se atolando em uma crise.
Nós, do Sindcon, estamos sentindo na pele, porque todos os dias o nosso salão de homologações
está lotado para conferirmos as contas dos empregados demitidos. Isso, só os demitidos com mais de um
ano de emprego. Acreditava estar entendendo um pouco da situação, porém, nem um pouco estou
entendendo mais. O que está acontecendo? Será que é má fé dos empresários que demitem para contratar
empregados com salários menores? Eu estou com algumas dúvidas, porque lendo um jornal importante de
economia, do dia 29 de julho de 2013, apurei que, só no primeiro semestre, a venda de veículos chegava à
marca de 1.850.000 unidades, só no mercado interno. Agora, voltando à rodada de negociações, com o
sindicato patronal, o cenário é tenebroso; embora o mercado apresente uma situação propicia para as
vendas, não devido às estratégias comerciais das montadoras e revendas, mas, as condições que o governo
tem disponibilizado, tais como: redução de impostos e aumento do número de prestações para
financiamento de automóveis.
Vendo tudo isso, verificamos que as coisas não estão indo bem. Torno a perguntar: o que está
acontecendo? Qual a contrapartida que o governo pediu às montadoras e às concessionárias?
Aprendemos com os nossos erros e seria bom se aprendêssemos com os erros dos outros. Em 2008,
quando foi divulgada a crise americana, os especialistas disseram, entre outras coisas, que isso se deu pelo
excesso de crédito, em seguida a inadimplência e então foi a quebradeira. Esse foi o erro americano, agora,
o Brasil, está facilitando a que as indústrias, por exemplo, no que tange a linha branca, automóveis e
construção produzam e com facilidade de financiamento.
Nós estamos indo as compras, mas, o interessante é que a indústria e o comércio não estão
garantindo os empregos. Como se pagam os carnês, estando desempregado? Em outras palavras, está se
formando uma bolha e esta bolha vai explodir. Espero que saiamos pelo menos vivos.

Dalmo Malheiros Ramos
Diretor – Presidente
SINDCON-RJ