Um dos principais produtores de petróleo e gás do país, o
Espírito Santo também abriga agora o primeiro laboratório de Impressão 3D da
Petrobras, o LAB i3D, onde são criadas peças que serão utilizadas em
plataformas da petroleira, suprindo necessidades pontuais.
O projeto nasceu a bordo da P-58,
navio-plataforma localizado no complexo de Parque das Baleias, na porção
capixaba da Bacia de Campos.
O foco é atender necessidades das áreas operacionais com partes
de componentes não vendidos separadamente, componentes obsoletos ou com
fabricação descontinuada, peças que demandam melhorias e personalizações para
atender a demandas específicas, entre outras. Também são desenvolvidos
gabaritos e ferramentas de apoio à operação e manutenção.
Um exemplo da aplicação dos objetos impressos no LAB i3D foi a
criação de um difusor de ar-condicionado com um novo conceito, resolvendo um
problema no direcionamento de ar para os camarotes e salas das plataformas. A
petroleira estuda patentear a peça.
Os modelos são criados a partir do computador e impressos em uma
impressora específica, utilizando plástico como matéria-prima. A impressão, que
é unitária, leva algumas horas, dependendo da complexidade da peça – um prazo
muitíssimo inferior ao da procura por um fornecedor.
Conforme explicou o gerente de engenharia de produção Carlos
Coelho, os componentes são desenvolvidos no laboratório a partir de demandas
que partem das próprias plataformas e são testados várias vezes até que se
chegue ao resultado adequado.
“Como é uma tecnologia que está em amadurecimento, a gente também
tem que fazer experimentações, ou seja, a peça que a gente produz aqui a
primeira vez não vai pra bordo. A gente, na verdade, faz uma amadurecimento dos
protótipos aqui dentro. A gente produz várias peças, vai errando até acertar,
até o momento que a gente atinge um grau de maturidade que a gente chega no
objeto ideal. Funciona como um laboratório mesmo, para fazer esses protótipos,
esses ensaios e esses testes até que tenhamos uma versão otimizada e definitiva
para aplicação.”
Uma vez aprimorados, os modelos podem ser replicados. Para isso,
algumas plataformas receberam impressoras próprias e têm acesso a um catálogo
digital de peças, que também oferece as informações necessárias para que o
componente possa ser produzido e aplicado.
“Não é fabricar um motor, fabricar um compressor. São pequenos
elementos, alguns acessórios, e todos eles feitos com o material polimérico
(plástico). Não tem material metálico sendo fabricado aqui. Esse é um outro
projeto que ainda está em desenvolvimento.”
Atualmente,
o projeto apoia 15 plataformas dos campos de Roncador, Jubarte, Albacora,
Barracuda, Búzios, Marlim Sul, Marlim e Tupi. As refinarias da Petrobras também
começam a ser atendidas pelo LAB i3D, que fica na unidade da empresa na Reta da
Penha, em Vitória.
Fonte: A gazeta